terça-feira, 14 de dezembro de 2021

L'Alienista - Machado de Assis

 O Alienista - Joaquim Maria Machado de Assis.

Centro de Estudos Brasileiros, hoje CCBI  -Centro Cultural Brasil-Itália

Embaixada do Brasil. Roma - Itália.

Tradução dos alunos do Curso de Português/Brasileiro

Supervisão de Rita Desti e Wagner Novaes

Ilustrações, nanquim sobre papel. 1982, de Danilo de S'Acre

Coleção Macunaíma. 1984

Editora Bulzoni.












quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Danah. Doc - Danilo de S'Acre




 O Canal da Danah me recebeu com um carinho especial.  Muito grato. Um privilégio participar deste programa incrível. 

  Clique aqui: https://youtu.be/TbO2fveqOIE


sexta-feira, 9 de abril de 2021

Mensagem na garrafa de náufrago. Danilo de S'Acre


                                    Solitária inanidade perseguição

                                   Monotipia ou uma carência daltônica

                                   Quando penso disperso fábulas

                                   Asas de veludo reveladas

                                   Bulbos de peixe elétrico náufragos

                                   A sobrevivência imperícia da poesia

                                   Um pretexto apenas às margens

                                   Ressurge na mensagem da garrafa

                                   Sereníssimo rastro fantasia do triunfo

                                   Exala um som a música esquecida

                                   Obscuro trajeto retoma seu caminho.

Delírios sob o sol - Danilo de S'Acre

 

Toda vez ainda o tempo
 Dentro do sonho acorda
O medo vem de longe
          E desaba derrete indiferente
        Feito prece inútil água morna
      Ainda quantos amam andam
       Enquanto artifício brilha a fé 
       Alegria delírios Sísifo sob o sol

       
       




domingo, 21 de fevereiro de 2021

O INSTANTE SUBLIME NOS ESTILHAÇOS DE DANILO DE S’ACRE Isaac Melo

 


O INSTANTE SUBLIME NOS ESTILHAÇOS DE DANILO DE S’ACRE

                                                                                                                    Isaac Melo


Em “Estilhaços” (Editora Nepan, 2020), Danilo de S’Acre apresenta-nos uma cartografia do instante. O instante é um estilhaço arrancado dos olhos do tempo, que tudo sabe, mas nada vê. O tempo é uma categoria medida em instantes. O instante de uma noite, o instante de um abraço, o instante de uma vida. Sem o instante, como experenciar ou apreender o nosso lugar dentro da existência?

Como escreve o poeta, “tem um instante sublime na suspensão / das nuvens apressadas”. E não seriam as “nuvens apressadas” uma metáfora perfeita para dizer da nossa própria condição humana? Diante da eternidade não somos mais que nuvens que passam sub-repticiamente sem deixar qualquer vestígio; apenas um vazio sonoro que ecoa pela noite surda da eternidade: “Dentro da noite estrelada o vazio sonoro preenche a eternidade”.

O que restou do ser humano, da realidade, da poesia, senão estilhaços, frágeis fragmentos encerrados na ilusão de um instante. Sim, “o instante d’água em estilhaços / d’agonia”.

Nesta humana “fantasia silenciosa intermitente”, “as coisas dos outros é tão parecida / com a da gente”. Porque, no fundo, o poeta sabe que não há “nada além da invisível beleza”, que se perde na fala impronunciável, nas “palavras dissonantes” de nossos “lábios labirínticos”.

Nesta cartografia, “ao sul do silêncio”, o poeta, em seu itinerário, caminha por sobre as “areias siderais” até alcançar “a solidão dentro do pensamento”.  E, por entre “sombras ausentes” e “orvalho de estrelas”, depara-se com “a solidão dentro da folha imóvel”. Que instante sublime é o do poeta diante da folha imóvel e vazia.

A cartografia do poeta é, também, uma cartografia amazônica. E seu “mapinguari sapecado” pode ser, ainda, entendido como a Amazônia que queima, neste atual “incensário amazônico”. Neste sentido, o poeta, apreensivo e reticente, diz que “a espera é longa o sono é pesadelo...”. E indaga: “haverá amanhã ainda?”.

Em Danilo de S’Acre, a meu ver, há uma escrita caótica. Cartática. Mimética. Minimalista, até. Uma poesia de estilhaços, diante do “tempo inexistente”, em que a palavra se reverbera na beira do abismo, antes de lançar-se, caótica, no instante sublime de um olhar.

    

1

Na água

Folha peixe ave

Brilha estrela

No reflexo elétrico

Da imensa solidão

Da noite inteira

Lúcida

 

16

Nunca mais

Amanhã também

Não sei

Nu

Cru e seco

Amanhecer só

Semente e flor

 

41

 E a fruta e a lua

Coisa mais ainda

Ela debruçada líquida

Na paisagem da janela

 

 45

 Do poema que fiz

Quase nada restou:

Tirei as tripas secas e crocantes

A pele engelhada pelo tempo dispendido

As veias abertas e outras entupidas

 

Quanta coisa desnecessária possui um poema...

Quão grande é o corpo inerte e desejável

Nunca aprendi a dissecá-lo,

talvez seja incapaz ou apenas covardia

 

 Não sei que tinta, azul, vermelha ou preta...

Um poema é um laboratório labiríntico

Caminho me perco me procuro e indago:

Para atravessar o sentimento caio em armadilhas e

feitiço...

 

Nada restará no final do poema

Tiro e acrescento, parece em vão

Ainda não consegui o encanto:

Tirei tudo do poema e não encontrei o coração, ele

pulsa engasga regurgita

E eu bobo desfalecido desapareço

Às escuras na infância infinda

 

 70

 Silenciosos os ossos

Dormem juntos

E sonham um invólucro

Mais

Eficiente

 

106

 Pelo abraço

O mesmo momento

Tão tarde novamente

Nunca terá o dia

Mormaço dormente

Tudo amanhã simplesmente

Pelo abraço

O mesmo instante

 

107

 Em silêncio o sonho transparece

Acréscimo um pesadelo

Escrito em dissoluções...

Finjo acordar no pulsar d’instante

Suporto a dor no sono

Em silêncio explícito

Um sono distante




 

S’Acre, Danilo de. Estilhaços. Rio Branco: Nepan, 2020.

Do Blog Alma Acreana:

https://almaacreana.blogspot.com/search/label/DANILO%20DE%20S%27ACRE

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Anjo exterminador - Danilo de S'Acre


O Anjo exterminador, 2020. Nanquim sobre papel
Danilo de S'Acre. Ilustração para o livro de poemas Máquina de Barro, de Alessandro Gondim.  Tagore Editora. 2020

 

Um Dragão em órbita - Danilo de S'Acre


Dragão
Desenho feito com um computador na casa de Bianca e Maurizio. Roma, 1989