Fotos: Talita Oliveira
Antonia Oliveira
Silvio Margarido
Danilo de S'Acre
Arqueologia
do recente é um ensaio sem ser ensaio.
Insinuação
experimental, sugerindo interiorizações e provocações de novas possibilidades a
estimular fantasias para a composição de novas ideias.
Um filme com
estudos de performance, pintura corporal ou refinações surreais e trash.
Com
personagens ancestrais, sem fundamentação científica, que possivelmente deram
origem à humanidade, deparam-se com situações poéticas de dejetos e abjetos ou
sonhos...
O caos e a
origem de tudo.
Uma proposta
conceitual, fragmentária e lúdica sem sentido algum!
Faz sentido?
Assista Arqueologia do recente: https://www.youtube.com/watch?v=c5d_63CRtI4
PAUSA CURTA PARA UM CURTA ACREANO
A arqueologia do recente – um manifesto estético eco humano do presente
Por João Veras
(28/11/15)
Danilo de S’Acre, artista plástico acreano, é um daqueles que passa a vida teimando tanto em dizer profundamente. E usa artifícios de linguagem que buscam subverter a comunicação direta do quotidiano. Seu método está centrado nos modos des-quotidianos de enunciar, muito embora fundado em elementos – suas ferramentas – profundamente ordinários. Assistir Arqueologia do Recente (2015, 12 min), seu curta-metragem que acaba de ser lançado, em 27/11/15, por ocasião do Festival Pachamama, alimenta essa impressão.
O artista plástico, sob o aspecto material, tem tentado – e conseguido – se libertar dos mecanismos que lhes são dados – limitados - para articular formas visuais das cores pelas quais se põe no mundo das significações. Há muito que ele tem se esquivado ao limite dos cercados espaço-lineares das telas, seja com um simples relevo posto nelas (como germes brotando, se insurgindo para fora), seja transgredindo a ideia de tela com pinceladas em corpos – essa tela de carne e que pensa - e invenções em vídeos - essa tela/cubo das tecnomagiavisuais.
Essa tentativa no plano dos materiais também é articulada – está atrelada - ao âmbito da estética do dizer e do ver, cuja estratégia não está – pelo menos é o que parece - no piso da compreensão plana e imediata. É como se o artista cobrasse uma igualdade de esforços, de modo que aqueles necessários à sua expressão (para construir a obra) devessem ser os mesmos para a audição/visão (para construir sua compreensão). Nesse sentido, assistir ao curta é antes de tudo um ato de mobilização estética-política diante de uma cena/estado em que pouco é dado no lançado universo de múltiplas conotações.
A Arqueologia do Recente é parte – sua última versão - desse projeto/processo de significar a - também sua - existência, enquanto dicção por imagem que se move e produz sons.
A temática que exsurge não poderia ser mais urgente. Vou tentar não reduzi-la ainda mais. Vou entendê-la – o produto discursivo Arqueologia do Recente - como uma questão/interpelação política-estética-ecológica pela qual o meio ambiente e o ser humano são tornados mecanismos-temas dialógicos a emprestar seus elementos visuais e estados precários (os corpos, o rio e a mata em desgraças) à estética (como manipulação artística). Tal processo a politiza, quando disto resulta uma comunicação extremamente questionadora da condição humana e da natureza imposta pelas governanças irresponsáveis e suas instituições em ação. Mais que isso. É transtempo. Sem limites, des-ideologiza o olhar sobre o poder.
O “artista de plástico”, um fóssil multicolorido, untado das águas barrentas que ainda restam, é tornado mais um daqueles detritos/resíduos mortais da destruição ambiental/humana, quando é encontrado pelo futuro e pelo passado (o par de crianças não seriam Adão e Eva no paraíso da pós catástrofe?). A Arqueologia do Recente é, para quem está disponível, um convite-desafio da arte para se pensar a nossa existência estética eco humana no agora. Fora disso, será mais um algo, como a vida pelejada, incompreensível política e esteticamente.
Roteiro e direção
Danilo de
S’Acre
Edição de imagens e som
Silvio
Margarido
Fotos Still e filmagens
Talita
Oliveira
Silvio
Margarido
Trilha sonora original
João Veras
Figurinos e adereços
Danilo de
S’Acre
Produção executiva
Antonia
Oliveira
Danilo de
S’Acre
Daci Seles
Marcos
Pereira
Produção e logística
João Gabriel
Sá
Personagens:
Lilith- Mariana Farias Franca
Ádamo- Lucas
Leão
Hévea-Iara
Luna
Danilo de
S’Acre
Agradecimentos:
Antonio
Alves, pelo termo Arqueologia do recente
Raquel Melo
Dircinei
Souza
Kelde
Nairá Franca
Maria Isis
Manoel Luiz
Benvindo
Antonia
Oliveira
Darci Seles
Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Acre:
Coronel
Carlos Gondim
Major Claudio
Falcão
Cabo Rafael
Soldados:
Alex,
FSilva
BDantas
Catraieiros:
Antonio e
Lúcio.
Se não fosse
pela pálpebra branca da tela refletindo sua própria luz, o universo arderia em
chamas.
Luis Buñuel
Este filme é dedicado ao projeto Artista de
Plástico da fotógrafa Talita Oliveira.
Realização:
Realização:
Canibal Visual
Mil Acre Filmes
Nenhum comentário:
Postar um comentário